terça-feira, 10 de novembro de 2009



Vaga-lumes

Luzes da natureza
As matas lhes agradecem
Na solidão das noites sombrias

Quando a lua se esconde
Vocês, bons vaga-lumes
Fazem-lhes companhia

Elas adormecem tranquilas
À espera de um novo dia

Sua luz, vaga-lume
É a mesma
Que me iluminou
Ao fugir das noites sombrias
Clareando meus sonhos
Acordando no outro dia
À procura de aprender
A acender minha luzinha

E com amor clarear
A escuridão dos tristes
Como vocês, vaga-lumes
Iluminam as matas sombrias

Nosso amor, vaga-lumes
Ninguém questionará
Quando nossa luz clarear

Ailezz


Os viajantes

Vidas que se apagam
Ou simplesmente viajam

Às vezes, no anonimato
Merecidas de tudo
Loucamente abreviadas

As lágrimas derramadas
Por certo, lavarão suas almas

Certezas, deverão ter
Num lugar bonito
Nessa viagem irão viver

Chega de sofrimento
Nosso Pai do céu
Sabe escrever certo
Por linhas incertas
Devemos segurar a sua mão
E lhe pedir perdão
Pela revolta e aflição

Será que essa viagem
Não foi programada
Para os viajantes
Receberem o perdão
E seguirem numa dimensão
De amor e compreensão?

Ailezz


Velho mar,
Você me assustou!
Por quê?
Só para te ver
E namorar você

Você me cantava
Não percebia
Mas quando o olhei
Encantei-me e chorei

Você, rouco na sua balada
A cantar os namorados
Continue a cantar,
Meu velho mar

Sua música é a balada
Dos eternos enamorados
Como eu, que não canso
De ser sua namorada
Ailezz - 01-11-2009


Mãos
Quando jovens
São belas, ligeiras e ágeis
Quando idosas e trabalhadas
Ficam feias, enrugadas e frágeis
Mas suas doçuras são apuradas
Com os anos acumulados

Todas as mãos são belas

Merecem aplausos merecidos
Trabalham em todos os sentidos
Não esquecem as carícias

Suas palmas aplaudindo
Transmitem alegrias
Até para os não merecidos

Gostem de suas mãos
Não importa sua idade
Felizes os que verão
As suas mãos enrugadas
Ailezz - 03- 11-2009


Amor e vinho



O amor envelhecido
É como vinho
Fica apurado e gostoso

Só os altamente sábios
sabem degustá-lo

Ele aquece devagar
Com o passar
dos anos vividos

Evapora-se lentamente
Com o envelhecimento
Mas a vida passa a oferecer
Um amor sem barreiras
Com simples brincadeiras
Para não nos fazer sofrer
A nos aquecer
Com lembranças lindas
Que um dia foram
Plenamente vividas

Ailezz


Bela voadora

Você olha sem questionar
Eu te olho a te perguntar
É tudo bonito o que vês?
Ou a mentira a angustia?

Nos teus voos rasantes
Vejo-te numa leveza
Mergulhas sem medo
À procura do teu desejo

O que pesca é pouco
Só para a tua sobrevivência

Quisera o homem
Ter a sua sabedoria
Tirar o digno e necessário
da sua pescaria
Para aprender e sobreviver
Mergulhando com leveza
Lavando sua ambição
Numa honesta pescaria
Sem tirar a pouca pescaria
Dos que pescam com mestria
Como a bela voadora
No seu voo de alegria

Ailezz - 06 -11-2009